O ‘Cavalo de Troia’, descrito pelo poeta Homero na Ilíada, bate às nossas portas novamente, trazendo oculto o vírus que pode devastar anos e anos de trabalho e de contribuição previdenciária.
Apresentada como um verdadeiro presente para os pobres, a reforma é, na verdade, um “presente de grego”. Os argumentos em sua defesa são tão sólidos quanto um castelo de areia.
Nas entrelinhas das promessas, a Reforma da Previdência esconde o veneno que reduz a cota dos pobres, ao mesmo tempo em que garante ou aumenta a cota dos endinheirados, produzindo discrepâncias.
É sempre assim. Em terras de Santa Cruz, os “privilégios” da Casa Grande são historicamente intocáveis, enquanto os “favores” da Senzala oscilam de acordo com o humor de quem está no poder.
Nada de atenuar a distância entre o topo e a base da pirâmide social. Ao contrário, nas asas do vento o Governo Federal quer uma economia concentradora e excludente, aprofundando o fosso entre os de cima e os de baixo.
A mão de Paulo Guedes – farsa estridente do ultraliberalismo – torna-se o punho de ferro a favor de uns poucos, e em detrimento das necessidades básicas e urgentes de uma população pobre e abandonada.
Há meias verdades e completas falsidades entremeadas no discurso do guru ultraliberal, com seus interesses inconfessados e inconfessáveis.
Às vezes – diz o brocado – é mais fácil pegar um mentiroso que um coxo. Não é honesto usar números de maneira distorcida e desonesta no afã de ganhar no grito.
Às vezes – diz o brocado – é mais fácil pegar um mentiroso que um coxo. Não é honesto usar números de maneira distorcida e desonesta no afã de ganhar no grito.
É o Estado a serviço da acumulação de capital. Embora a Previdência seja o alvo da vez, há muito mais em jogo. Ela aparece como o “bode expiatório”, sendo cortina de fumaça às questões de fundo do projeto de Paulo Guedes.
Ao fazer tábula rasa do direito previdenciário e da estrutura real do mercado de trabalho, a proposta apresentada pelo Governo caracteriza uma autêntica ponte para o passado, trazendo de volta a famigerada miragem no deserto da desigualdade social.
Economistas estão cansados de dizer que é simples calcular o déficit (ou superávit) da Previdência. Basta contabilizar as fontes de receitas e as fontes de gastos. O que torna o cálculo difícil e polêmico são as escolhas para definir o que entra nas receitas e o que entra nas despesas.
É por isso que não é incomum ver especialistas dizerem que há déficit e outros tantos dizerem que não há déficit na Previdência. Cada um enxerga o bicho que sua imaginação cria.
Paulo Guedes segue insistindo que o ajuste visaria, na verdade, evitar a quebra da Previdência. Suas afirmações serão repetidas mil vezes nos próximos meses, para testar novamente a hipótese de Goebbels, sobre os meios para transformar mentiras em verdades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário