A Igreja
Católica – consciente da força e do alcance da comunicação -- mantém há 84 anos
um poderoso instrumento no anúncio da Boa Nova, que com o tempo se transformou
na versão moderna e eficaz do púlpito. Trata-se da Rádio Vaticano que, usando a
tecnologia para criar novas formas de socializar, continua abrindo horizontes à
tarefa evangelizadora de construir comunhão e estabelecer relações fraternas.
Vencendo
as barreiras do tempo e do espaço, a Rádio Vaticano, ao longo de mais de oito
décadas, vem difundindo informações e conhecimentos, mostrando que comunicação
e evangelização são duas faces da mesma moeda e por esta razão a imprensa deve
ser levada em conta em todos os aspectos pela sua força em ampliar, de maneira
incomensurável, a capacidade das pessoas se comunicarem.
A história
da Rádio Vaticano começa em 1931, quando o cientista italiano, Guglielmo
Marconi – que registrou, em 1896, a patente da invenção do rádio – foi
convocado pelo Papa Pio XI para implantar uma emissora para a Santa Sé, tendo
como principal objetivo falar livremente – além das fronteiras do Vaticano –
sobre os perigos do totalitarismo.
Utilizando
duas frequências e um transmissor de 10kw, a Rádio Vaticano entrou no ar às
16h49, do dia 12 de fevereiro de 1931, quando o Papa Pio XI leu um texto em
latim que dizia: "Ouça, ó céus o que digo! Escute, ó terra, as palavras
que vem de minha boca. Ouçam, povos de terras distantes".
A primeira
transmissão da rádio teve repercussão no mundo inteiro, merecendo na época,
inclusive, registro da imprensa inglesa e do jornal norte-americano "The
New York Times", que, em editorial, classificou a transmissão como
"um milagre da ciência e, não menos, um milagre de fé".
O engenho
de Marconi proporcionou, na época, ao Sumo Pontífice, um maior exercício de seu
ministério apostólico, anunciando o Evangelho a todos os povos, servindo melhor
as unidades da Igreja. Sensível às inovações da ciência, a Igreja Católica logo
percebeu que o rádio era um meio insubstituível para difundir a palavra de Deus
no mundo.A partir
daquele dia, a rádio tornou-se uma emissora na vanguarda da técnica e dos
tempos, prestando relevantes serviços a pessoas dos mais diferentes
continentes.
Durante a
II Guerra Mundial, a Rádio Vaticano, transmitiu informações, com programas
diários, em mais de dez idiomas, incluindo o italiano, francês, inglês,
espanhol, alemão e, em duas ou até três vezes por semana, em português,
polonês, ucraniano, lituano e russo.
Mesmo com
as dificuldades, principalmente aquelas de caráter político, a emissora
difundiu, sem interrupções, a palavra da Igreja Católica, representando a voz
que estava acima das partes, talvez uma das únicas dispostas a proclamar, pelos
seus microfones, a verdade em tempos de morte e violência.
A Rádio
Vaticano se colocou a serviço dos familiares dos refugiados e dos militares
dispersos ou prisioneiros, transmitindo mais de um milhão de mensagens,
equivalentes a 12 mil horas de transmissão nos anos de guerra.
Com o fim
da guerra, as transmissões foram intensificadas aos países oprimidos. Na Guerra
do Kosovo, a emissora prestou este mesmo tipo de auxílio em apoio às vítimas do
conflito.
O conteúdo
da emissora – que oferece um panorama das notícias internacionais, enfatizando
problemáticas e temas relacionados com a liberdade e os direitos humanos,
sobretudo o direito à vida – é preparado em 45 idiomas, muitos deles minoria,
como a Somali ou Urdu, levando a voz da Igreja a diferentes culturas, para que
todos se sintam mais próximos ao Sumo Pontífice.
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