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sábado, 24 de junho de 2017

Espiral de violência

Por Antonio Carlos Lua

Após dois anos de vigência da Lei do Feminicídio – que estabelece penas mais severas para crimes motivados por questões de gênero – as estatísticas não apontam resultados concretos que indiquem redução na espiral de violência contra as mulheres.

Assédio, pornografia da vingança, misoginia desenfreada, agressão doméstica, estupro, violências verbais e outros crimes continuam fazendo parte do espectro da faceta vergonhosa do gênero masculino, que insiste em impor sua falsa supremacia sobre a mulher.

A Lei do Feminicídio pune, mas não tem poder de prevenção. Sozinha, ela não consegue reverter engrenagens sociais que se movem em permanente precarização da vida das mulheres, com a lentidão evolutiva decorrente da falta de percepção dos gestores públicos brasileiros.

Novidades legislativas não possuem capacidade de se efetivarem se não forem respaldadas por políticas públicas capazes de garantir uma ação redutora nas taxas de violência. 

A integridade física e moral da mulher passa pela mudança de postura, de comportamento. Se ficarmos apenas no eixo da punição não diminuirá nunca este vergonhoso e elevado índice de casos de violência contra a mulher.

Precisamos atuar na prevenção. Isso requer investimento na educação e desenvolvimento de programas que atuem na raiz do problema, dando eco àquilo que a legislação quis produzir.


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