Antonio Carlos Lua
A advocacia – carreira famosa e atraente pela possibilidade de altos ganhos – também vive seus momentos de crise, ameaçando a sobrevivência de muitos profissionais da área em todo o país.
A advocacia – carreira famosa e atraente pela possibilidade de altos ganhos – também vive seus momentos de crise, ameaçando a sobrevivência de muitos profissionais da área em todo o país.
A
crise não atinge somente os pequenos escritórios. Ela alcança também
as bancas tradicionais, médias e grandes que, pelo volume e
qualidade de seus clientes, demoram a perceber que algumas causas
jurídicas pagam por outras. Ou ainda – o que é pior – serviços
consultivos pagam por serviços do contencioso.
Renomados
escritórios já diminuem suas dimensões, fundem-se com outros, como
imperiosa necessidade de sobrevivência. Atentos
para os problemas que já se esboçam, já começam a surgir
tentativas para controlar melhor gastos, despesas e reembolsos.
As
razões dessas dificuldades que muitos advogados e escritórios vêm
sofrendo nos últimos anos podem ter relação com o constante
aumento de preços que se elevaram
estratosfericamente na última década, impactando significativamente
nas despesas.
Nesse
aspecto, tem que ser levado em consideração a renovação
de equipamentos do escritório, as despesas com o imóvel e o tempo
empenhado em orientações e informações prestadas ao cliente, além do
ônus financeiro pelo adiantamento de custas processuais.
Tem
que ser levado em consideração também que todas as despesas e
serviços disponibilizados para acompanhar os processos em andamento
são pagas pelos honorários, que ainda devem pagar, lá no final,
depois de tudo, o trabalho intelectual do advogado, a sua
remuneração, o seu “salário”.
Dessa
forma, para fazer frente às necessidades financeiras mensais, é
preciso contratar novas causas jurídicas para poder receber novos
honorários. Essas outras causas serão diligentemente acompanhadas
até o final, quando há muito tempo não acontecem mais recebimentos
de honorários advindos delas, num ciclo que se renova, somente
quando as primeiras causas terminam.
O
tempo para o encerramento do processo acaba por gerar um aumento
exponencial de trabalho sem o correspondente aumento de receita.
As
causas jurídicas exigem um trabalho contínuo, de custo assustador e
muito variável. As características da ação, do cliente geram
fatores que deságuam sempre em custos significativos.
Diante
dessa realidade, os advogados enfrentam situações em que os
honorários recebidos ao final do processo não cobrem sequer as
despesas de acompanhamento. Ou seja, muitas vezes o profissional de
advocacia, literalmente, paga para trabalhar.
Com este quadro alarmante, especialistas indicam mecanismos que podem
ajudar na busca de soluções. Um deles é implantar, dentro dos
escritórios, uma nova filosofia de remuneração que inclua todas as
despesas.
Os
honorários devem ficar destinados exclusivamente ao trabalho
intelectual do advogado, enquanto as despesas de acompanhamento devem
passar a ter dotação própria, como todas as demais despesas
reembolsáveis.
A
medida pode trazer um resultado positivo. A implantação do sistema
pode significar a diferença entre a sobrevivência, crescimento,
sucesso ou a morte do escritório.
A
aplicação desta nova estratégia vai mostrar que a transparência
nos gastos e despesas com o processo, em conjunto com a adoção de
outras ações complementares, pode melhorar a relação de confiança
entre cliente e advogado, além de refletir profundo profissionalismo
e seriedade, o que significa enorme vantagem competitiva.
Concordo com tudo o que foi falado. É verdade que o que é cobrado do cliente somente no final do processo não supre nem mesmo as despesas iniciais. Tendo o advogado muitas vezes alimentar o escritório com outras rendas que porventura possua. Quando isso não acontece, a única e triste solução e fechar as portas. Entendo, que, o escritório, deve manter-se com seus próprios recursos.
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