Por Antonio Carlos Lua
Com
os pés no presente e os olhos voltados para o futuro, grandes veículos de
comunicação dos Estados Unidos e da Europa – entre eles os jornais
norte-americanos The New York Times, The Washington Post e a
agência de notícias britânica Press Association – já utilizam sistemas
tecnológicos de inteligência artificial na produção jornalística.
A
suposta substituição de jornalistas por robôs em veículos de comunicação é um
tema delicado e muito polêmico. De acordo com cientistas da Oxford University,
do Reino Unido, o sistema de inteligência artificial já ameaça 35% dos atuais
empregos de jornalistas, sendo esta a questão mais visível trazida por essa
nova tendência tecnológica que constitui hoje o maior dilema existencial para o
futuro dos jornalistas.
Investimentos
milionários do Google para integrar tecnologias de inteligência artificial na
produção de notícias seguem a todo vapor. Além do robô-jornalista (Reporters
and Data and Robots - Radar), que produz 30 mil notícias por mês, o gigante da
Internet desenvolveu também um programa que sistematiza trabalhos relacionados
aos principais desafios do jornalismo de dados e do jornalismo imersivo.
A
previsão de especialistas em tecnologia digital da Karlstad Universitet, da
Suécia, é de que até 2025, 90% das notícias produzidas com o uso de
inteligência artificial trarão conteúdo narrativo automatizado. As matérias não
se resumirão apenas ao lançamento de dados. Elas oferecerão também análises
econômicas, políticas, sociais, culturais. Metade da interação entre os
indivíduos e os computadores será feita através de voz.
Há,
porém, uma certa dose de exagero no anunciado aniquilamento dos jornalistas
pelos robôs, com a total destruição do campo de trabalho dos profissionais de
imprensa. É importante enfatizar que a evolução do jornalismo não se limita a
robótica. Jornalista é um ser pensante e seus textos são frutos de vivências,
pesquisas, imersões políticas e muito faro, qualidades e características que
certamente um robô não pode oferecer.
É
claro que com a inteligência artificial o mundo da informação passa a ter
fronteiras menos rígidas, mas, no entanto, será mais seletivo, oferecendo a
quem o habita a oportunidade de se reinventar, abandonando esquemas obsoletos,
o que é comum numa profissão que nunca foi estanque, imutável e que passa
sempre por uma constante metamorfose, tendo como matéria-prima a realidade
social, infinita em fatos e em constantes mutações.
Embora
o processo de automação no jornalismo seja absolutamente irreversível, a
inteligência artificial não é um elixir mágico para todas as situações na
produção jornalística. As competências
humanas dos jornalistas continuarão sendo vitais no processamento da notícia.
O
que a inteligência artificial vai viabilizar, na prática, é o aumento do volume
de notícias escritas a um patamar que seria impossível de ser alcançado
manualmente apenas com uma redação formada por trabalhadores humanos.
O problema vai ser conseguir ler tanta coisa informação. 30 mil notícias por mês!!! Humanamente impossível.
ResponderExcluirOs robôs jamais substituirão o ser humano. Já tentaram em outras áreas e não deu certo.Impossível ler tantas notícias. A quantidade é importante, mas a qualidade é o que mais importa. Isso é utopia.
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