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Antonio Carlos Lua
Karl Marx – filósofo, historiador e jornalista – está mais vivo e atual do que nunca. O mundo hoje se parece, surpreendentemente, ao que ele e seu amigo Friedrich Engels prognosticaram no admirável ‘Manifesto Comunista’, conclamando pela união dos produtores de riqueza contra a elite burguesa expropriadora da mais-valia.
Antonio Carlos Lua
Karl Marx – filósofo, historiador e jornalista – está mais vivo e atual do que nunca. O mundo hoje se parece, surpreendentemente, ao que ele e seu amigo Friedrich Engels prognosticaram no admirável ‘Manifesto Comunista’, conclamando pela união dos produtores de riqueza contra a elite burguesa expropriadora da mais-valia.
Marx sofreu o destino de todos os grandes gênios, sempre incompreendido pela mediocridade reinante e pelo pensamento encadeado ao poder e às classes dominantes.
Assim como Copérnico, Galileu, Servet, Darwin, Einstein e Freud, foi perseguido, humilhado e ridicularizado pela pequenez de intelectuais e por políticos complacentes com os poderosos, que repugnavam suas concepções revolucionárias.
Foi por isso que a Universidade cuidou muito bem de fechar suas portas a Karl Marx, Nem ele, nem seu eminente colega Friedrich Engels, jamais ascenderam aos claustros acadêmicos. No entanto, os dois produziram uma autêntica revolução nas ciências sociais.
Depois de Marx, nem a humanidade nem as ciências sociais voltaram a ser o que eram antes, com a amplitude enciclopédica de seus conhecimentos e a profundidade de sua visão política empenhada na busca de evidências sobre a exploração do trabalho que transforma o homem numa mercadoria coisificada e alienada e sobre a desigualdade social discrepante que cresce de maneira exponencial.
Este sórdido mundo de oligopólios predatórios, de guerras, de degradação da natureza e roubo de bens comuns, da desintegração social, das sociedades polarizadas e de nações separadas por abismos de riqueza, poder e tecnologia é o mundo que Karl Marx antecipou em todos os seus escritos.
O caráter decisivo da acumulação capitalista – estudada como ninguém mais em “O Capital” – era negado por todo o pensamento da burguesia e pelos governos, que até hoje pensam equivocadamente que a história é movida pela paixão dos grandes homens, pelas crenças religiosas, pelos resultados de batalhas heroicas ou imprevistas contingências da história.
Karl Marx tirou a economia das catacumbas e não somente destacou sua centralidade, mas demonstrou que toda a economia é política, que nenhuma decisão econômica está despojada de conotações políticas.
Mais do que isso, ele mostrou que não existe saber mais político e politizado que o da economia, rematando os tecnocratas, de ontem e de hoje, cujas elucubrações econométricas obedecem a meros cálculos técnicos, com as monumentais sandices de ultraliberais como Paulo Guedes e tantos outros tão ineptos quanto corruptos.
Por méritos próprios Marx está mais vivo do que nunca. O farol do seu pensamento projeta uma luz cada vez mais esclarecedora sobre a tenebrosa realidade do mundo atual.