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quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

A soma dos díspares

ANTONIO CARLOS LUA

As portas de 2023 se abrem neste domingo (1º de janeiro) quando será celebrada a nossa opção pela democracia como a única forma legítima de representação política a ser exercitada plenamente com a marca distintiva do presidente da República eleito, Luís Inácio Lula da Silva. 

É hora de caminhar, pois há muito o que fazer para a concretização dos nobres valores da nossa Carta Magna Federal, guardiã das liberdades civis e a nossa arma contra as injustiças, o arbítrio, o racismo, o etarismo e a violência em todas as suas formas de manifestação. Essas são dívidas que não prescrevem e serão atentamente observadas pelo presidente Lula. 

É o momento de avançarmos na construção e na definição do destino que a História nos reservou para a reunificação da Nação brasileira, resolvendo problemas políticos para garantir retumbantes vitórias no campo da cidadania.

Como cidadãos e cidadãs incumbe-nos agora a operosa tarefa de construir as pontes entre as forças vivas da Nação, para que por elas transite o consenso nacional em torno da substantivação do ideal constitucional da dignidade da pessoa humana.

Porém, para tal desiderato, o presidente Lula da Silva sabe que não poderá faltar à Nação, em momento tão tormentoso, a determinação e a força da democracia plena diante do absoluto desastre institucional causado pelo seu antecessor. 

Um futuro glorioso pode prosperar, mas diante da delicada quadra histórica na qual estamos mergulhados, é necessário destravarmos, com altruísmo e consenso mínimo, todas as reformas institucionais represadas, garantindo a reunificação democrática da Nação, o que equipara-se ao pensamento do saudoso jurista e extraordinário humanista, Ruy Barbosa, cuja afirmativa transcendental adiciona a ideia de que “a pátria não é ninguém; são todos. E cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra. A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo. Pátria é o céu, a terra, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados. Pátria é a comunhão da lei, da língua e da liberdade”.

Vamos manter, portanto, a fé inquebrantável no futuro do Brasil, construindo uma plataforma institucional consistente a ser consensualizada entre o Estado e a Sociedade, acabando o fosso de cinco séculos que separa o Brasil oficial do Brasil real. 

Não há mais como uma sociedade moderna, pujante, responsável por uma das maiores economias do mundo, coabitar com um Estado medieval que até hoje carrega um patrimonialismo imobilizante, há tempos denunciado pelo saudoso jurista Raymundo Faoro, que no livro “Os Donos do Poder” descreveu com acurada precisão as práticas nefastas do patronato político no país contra à sociedade brasileira. 

Não é plausível que em pleno Século XXI a chaga da herança colonial continue determinando o destino do nosso país, onde os interesses antirrepublicanos vem registrando episódios de declínios e retrocessos, criticados por Luís Inácio Lula da Silva cuja meta é construir um Estado forte que tenha força e capacidade de garantir  o desenvolvimento do País, tendo como prioridade melhorias nas áreas de saúde, educação, saneamento. 

A Lula cabe a árdua missão de encontrar caminhos capazes de elevar as taxas de crescimento com a implementação de políticas econômicas para colocar a economia na rota de um crescimento expressivo, reconciliando o país em torno da construção do futuro, com estratégias de curto, médio e longo prazo, recolocando, com ênfase crescente, a economia e a política social no centro da atividade política, mantendo o equilíbrio das contas públicas e garantindo em políticas sociais

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