Por Antonio Carlos Lua
Os
pardais eletrônicos, que automaticamente fotografam e multam motoristas no
trânsito, têm se mostrado inúteis na prevenção de acidentes, até porque são
terceirizados e na onda de privatização de tudo que é estatal, a atividade
passou a funcionar como empresa, tendo que ser lucrativa.
Em
vez de fazer um estudo para medir o benefício desse instrumento de controle
para a sociedade, o Executivo Municipal de São Luís simplesmente cedeu ao lobby
das empresas do ramo, cujo único objetivo é lucrar.
Pouco
interessa a educação dos motoristas e a prevenção de acidentes. O que importa é
que o sistema se mantenha rentável e gere significativos lucros.
As
multas perderam o caráter pedagógico, pois houve um desvirtuamento do propósito
legítimo dos pardais, que hoje servem apenas para extorquir motoristas e
abastecer canais de corrupção em detrimento do patrimônio material e moral do Poder Público Municipal.
Criou-se
uma indústria de multas absurdas e imperativas. Os altos valores arrecadados
não são reaplicados na melhoria do trânsito. A terceirização desses
instrumentos banalizou o sistema de educação no trânsito.
O
aparelho é fixado em vias públicas sem qualquer planejamento, revelando a
avidez na busca pelo produto das multas. Onde arrecada-se pouco, coloca-se mais
um pardal. Onde arrecada-se bem, instala-se mais um também. Essa é a regra.
Não
há estudo técnico prévio na fixação de pardais eletrônicos como também não é
dada a publicidade que a lei exige para a instalação. Não se leva em conta a
prevenção de acidentes e a educação de tráfego.
Eles
são colocados até em lugares com incidência de assaltos a motoristas, que
acabam ficando a escolher entre ser vítima de violência, ou ter que pagar a
multa.
Assim, as multas de trânsito são produzidas em escala industrial. O caráter repressivo e reeducativo foi substituído pelo fim meramente arrecadatório.
Assim, as multas de trânsito são produzidas em escala industrial. O caráter repressivo e reeducativo foi substituído pelo fim meramente arrecadatório.
Enquanto
a indústria da multa é utilizada como fonte de recursos para o Poder Público e
para as empresas que operam o equipamento, a educação para o trânsito fica no
discurso, aplicando-se somente a medida coercitiva, sem qualquer efeito
educativo.
Com
isso, os condutores acabam sendo vítimas da maior crueldade que o Poder Público Municipal poder fazer para tirar dinheiro das pessoas. É preciso acabar com a rede fraudulenta
de arrecadação das multas provenientes dos pardais.
A
receita originada com as multas tem servido de fomento à corrupção e à
imoralidade. É necessário acabar com a prática de usar um meio aparentemente
legal para atingir um fim ilegal, procedimento denominado no meio jurídico como
fraude à lei.
Não
precisamos de uma indústria de multas. A instalação dos pardais não é uma
medida de segurança e não vai resolver o problema do trânsito, uma vez que a
indústria obscena e asquerosa da multa age de forma impune. Não
vão ser essas armadilhas eletrônicas que vão educar os condutores de veículos e
reduzir os acidentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário